Neste livro, Edgard Leite fala do encontro com o mistério, o extraordinário, o infinito e a espiritualidade no mundo contemporâneo.
"Percebe-se, portanto, que a paz se contrapõe à devastação e, do ponto de vista metafísico, está inserida na eternidade e é saída suficiente para a aniquilação natural do tempo. De fato "a minha paz vos dou”, quer dizer que viver a serenidade é estar associado a uma dimensão eterna, absoluta da existência. A afirmação dessa verdade deve ser feita com a mais absoluta tranquilidade, evidentemente.
Mas a serenidade exige um ato de escolha. Ela não pode ser imposta. A obediência da lei dos homens nos assegura, em princípio, tranquilidade diante da sociedade, no tempo. Mas não serenidade ou paz interior. A paz advêm da capacidade de escolha, da liberdade. A escolha pode recair sobre a obediência da lei. Mas se a lei ofende a consciência, o humano, a própria possibilidade de escolha, que tipo de paz advêm dessa escolha? Em princípio, graus variáveis de escravidão.
A verdadeira escolha é aquela, portanto, que coloca em sintonia o ser com a razão e a natureza e com as fontes eternas que transcendem o tempo. A liberdade existe para que, no meio da devastação do mundo possamos alcançar a realização de nossa essência, o objetivo mais profundo da nossa alma: a eternidade."
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